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ENSINO E PESQUISA: O PRINCIPIO FORMATIVO DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DOCENTE EM HISTÓRIA

Abordagens da história da África no currículo referência da rede estadual de educação de Goiás

MAMA ÁFRICA: reconhecimento e valorização da influência africana na cultura brasileira

PROJETO INTERDISCIPLINAR MAMA ÁFRICA

https://drive.google.com/file/d/0B3X712exWGleUHJHc09STFNySU0/view?usp=sharing

Ditadura Militar

sábado, 23 de novembro de 2013

RELATO DE EXPERIÊNCIA - FILME AMISTAD 8º ANO

UMA NOVA VISÃO SOBRE AS PERSCTIVAS DO PROCESSO DE ESCRAVIDÃO AFRICANA É SUAS RELAÇÕES COM O PRESENTE


Ana Paula Alves de Oliveira 

Jeniffer Amaral de Oliveira 

RESUMO: o objetivo deste texto é deixar claro para o leitor a forma com que foi construída a Oficina “Cinema e História” no mês de agosto, demonstrando assim as experiências de Ana Paula e Jeniffer com os alunos do 8º ano B e C. Tendo como base a problematização do filme Amistad, demonstrando a do a forma com que foi conduzido o processo de escravidão nas colônias. Além de produzir junto aos alunos reflexões com o tema preconceito, tanto racial quanto a outros, ainda muito presentes em nossa sociedade.


Palavras-chave: Escravidão africana.  Preconceito. Racismo.



Introdução

                   No dia 21 de agosto de 2013 foi realizado no colégio estadual Dom Bosco na cidade de Jussara, uma reunião com os bolsistas, professora supervisora e coordenadora de área do PIBID história. Na ocasião foi debatido o projeto de “Cinema e Historia”. Com base na lei 10.639/2003 (Art. 26-A) da LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional propõe o ensino obrigatório de história da África nas escolas brasileiras, sejam elas públicas ou privadas. Mas seu ensino não parte apenas de um pressuposto de cumprimento de uma lei educacional, como afirma Teles, mas de produzir uma “discussão sobre a (des)construção da história da África” ( TELES,2012,240). É também discussões a respeito da necessidade de produzir atitudes contrarias ao preconceito racial. Assim para desenvolver esse estudo sobre a história da África é necessário material didático, mas ainda se tem falta dessas matérias nas escolas, a solução encontrada e o próprio professor pesquisar e produzir seu material.
              Dessa maneira para se atender essas necessidades foram pensadas no projeto cinema história como um dos métodos para desenvolver aulas direcionadas ao conteúdo e reflexão sobre a temática África. Assim foi escolhido o filme Amistad do roteirista Steven Spielberg, esse filme vem retratando de forma direta os aspectos que levaram a guerra civil norte americana. Contudo pode-se compreender explicitamente como se deu o processo do tráfico negreiro da África para as colônias americanas.

Desenvolvimento

                   O projeto cinema e história têm por caracteriza o ensino de história por meio da leitura interpretação de filmes. Nesse sentido, sempre após a sessão do filme e destinado momentos para refletir sobre os pontos centrais do filme. O que se presenciou no8º B e 8º C que foi a sala de aula de o autor desse relato presenciou que o filme Amistad, transmite muitas informações então as discussões sobre o filme dão a oportunidade de muita reflexão.
              No momento em que o filme foi aberto para perceber até que ponto os alunos haviam compreendido, percebeu-se que os alunos não conseguiram assimilar tantas informações. Assim seguindo as orientações de Catelli (2009) que transmite a ideia de que o filme deverá ser problematizado, se caso isso não acontecer os alunos irão aceitar a verdade que o filme transmitiu, pois segundo o autor “filme histórico está carregado de subjetividade... é necessário buscar a objetividade e a tal verdade histórica... o filme histórico nunca deixará de ser uma representação do passado”. (CATELLI, 2009,57) Dessa maneira seguindo as orientações, foram destacadas cenas do filme para serem problematizadas. Como por exemplo: quando os africanos eram capturados e vendidos pelos seus próprios semelhantes, a ideia de superioridade da cor branca muito presente no filme, a ideia de que perante a constituição todos os homens são livres, o processo de desenvolvimento do racismo iniciado com as idéias do fim da escravidão, trazendo uma problemática para os dias atuais. Na qual ainda se vê a presença racismo em nossa sociedade.
              Após essas discussões foi iniciado o momento de produzir atividades que visem à compreensão do conteúdo. Para isso na primeira atividade foi dado à oportunidade de analise de fonte historiográfica. Pensou-se no uso da fonte literária com intuito de desenvolver nos alunos a capacidade de leitores proficientes de diversas fontes utilizamos o poema de Castro Alves o “Navio Negreiro” (1969). A partir da  “compreensão e a interpretação de textos diversos para tornar-se um leitor competente e possibilitar o letramento linguístico, literário, social, científico” como propõe o Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás (2012). Assim analisando o poema ele vem descrevendo a situação dos africanos arrancados de suas terras, separados de suas famílias e tratados como animais nos navios negreiros que os traziam para ser propriedade de senhores de engenhos.
              O trecho do poema foi lido na sala de aula e promovido uma reflexão sobre. Após isso os alunos responderam a duas perguntas. A primeira pergunta questionava a possibilidade de relacionar o poema de Castro Alves com o filme Amistad em que sentido. Já segunda era para dissertar sobre a questão do tráfico de escravos a partir do poema e do filme.
              No final do projeto foi destinado um momento para reflexão do trecho do filme “Amistad” no qual vem fazendo uma reflexão sobre a questão de se pensar no processo de construção da identidade brasileira. Assim parte de um pressuposto de se pensar “Qual é a sua história?” Esse trecho vem no intuito de produzir reflexões a partir da necessidade de se produzir julgamentos sobre os outros sem ao menos ter noção de qual e a sua origem. Dessa maneira trazendo para a historiografia brasileira, chegamos a uma discussão a respeito de como pode a sociedade atual desenvolver um preconceito tão acirrado sobre as diferenças na cor da pele.
              Assim uma das maneiras de produzir discussões sobre o racismo e por deixar claro o aspecto da escravidão, isso por que não há como negar da nossa historiografia esse passado monstruoso. Demonstrando assim que nossa formação étnica vem dessa influência e de outros povos. Foi proposta essa discussão com intuito de promover atitudes contraria ao racismo, assim à segunda atividade consistiu em os alunos refletir sobre a questão do preconceito racial imposto na nossa sociedade com o fim da escravidão, como um método de continuar separando os brancos ditos “civilizados” dos negros “selvagens”, através da produção de cartazes para serem expostos na escola. Como uma forma de conscientização da sociedade querendo ou não descendente de escravos.


Considerações finais

              Chegou-se a uma conclusão definitiva com relação aos objetivos pretendidos alcançar quando se pode corrigir as atividades produzidas pelos alunos. Percebe-se que eles conseguiram refletir sobre as questões do processo de escravidão, no qual compreenderam que o tráfico de escravos foi um comércio desenvolvido por ambas as partes. De um lado os homens brancos que necessitavam de uma força motriz para impulsionar a exploração das colônias da América, do outro lado os próprios africanos que desenvolviam uma escravidão domestica, mas que vira nesses homens brancos um bom comercio lucrativo para os africanos.
              Ver as cenas chocantes do filme retratando a realidade de como aconteceu esse processo de escravidão fez com que nas atividades realizadas pelos alunos estivem muito presente as questões de que não tem como negar esse passado de escravidão na sociedade brasileira. Que por sua vez resultou e ainda resulta no desenvolvimento de preconceito racial pelos indivíduos. Mas que eles compreender que existe apenas uma raça à humana é não há necessidade de julgar os outros pela sua cor. Concepção de raça superior e inferior não há mais espaço para esse discurso na atual sociedade.

Agradecimentos

     Agradecemos ao fomento do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID da CAPES, pela bolsa.


Referências

CATELLI Junior, Roberto. Cinema e história na sala de aula. In: Temas e linguagens da história: ferramentas para a sala de aula no ensino médio. ed. São Paulo: Scipione,2009.
TELES, Luciano Everton Costa. Um olhar sobre a historiografia africana e afro-brasileira. In: Ensino da história da África e da cultura afro-brasileira. Revista história hoje, V.1, nº1,p.239-252, 2012.
Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás. Versão experimental. 2012.


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