UMA
NOVA VISÃO SOBRE AS PERSCTIVAS DO PROCESSO DE ESCRAVIDÃO AFRICANA É SUAS
RELAÇÕES COM O PRESENTE
Ana Paula Alves de Oliveira
Jeniffer Amaral de Oliveira
RESUMO:
o
objetivo deste texto é deixar claro para o leitor a forma com que foi
construída a Oficina “Cinema e História” no mês de agosto, demonstrando assim
as experiências de Ana Paula e Jeniffer com os alunos do 8º ano B e C. Tendo
como base a problematização do filme Amistad, demonstrando a do a forma com que
foi conduzido o processo de escravidão nas colônias. Além de produzir junto aos
alunos reflexões com o tema preconceito, tanto racial quanto a outros, ainda
muito presentes em nossa sociedade.
Palavras-chave:
Escravidão
africana. Preconceito. Racismo.
Introdução
No dia 21 de agosto de
2013 foi realizado no colégio estadual Dom Bosco na cidade de Jussara, uma
reunião com os bolsistas, professora supervisora e coordenadora de área do
PIBID história. Na ocasião foi debatido o projeto de “Cinema e Historia”. Com
base na lei 10.639/2003 (Art. 26-A) da LDB- Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional propõe o ensino obrigatório de história da África nas escolas
brasileiras, sejam elas públicas ou privadas. Mas seu ensino não parte apenas
de um pressuposto de cumprimento de uma lei educacional, como afirma Teles, mas
de produzir uma “discussão sobre a (des)construção da história da África” (
TELES,2012,240). É também discussões a respeito da necessidade de produzir
atitudes contrarias ao preconceito racial. Assim para desenvolver esse estudo
sobre a história da África é necessário material didático, mas ainda se tem
falta dessas matérias nas escolas, a solução encontrada e o próprio professor
pesquisar e produzir seu material.
Dessa maneira para se atender
essas necessidades foram pensadas no projeto cinema história como um dos
métodos para desenvolver aulas direcionadas ao conteúdo e reflexão sobre a
temática África. Assim foi escolhido o filme Amistad do roteirista Steven Spielberg, esse filme vem retratando de
forma direta os aspectos que levaram a guerra civil norte americana. Contudo
pode-se compreender explicitamente como se deu o processo do tráfico negreiro
da África para as colônias americanas.
Desenvolvimento
O projeto cinema e
história têm por caracteriza o ensino de história por meio da leitura
interpretação de filmes. Nesse sentido, sempre após a sessão do filme e
destinado momentos para refletir sobre os pontos centrais do filme. O que se
presenciou no8º B e 8º C que foi a sala de aula de o autor desse relato presenciou
que o filme Amistad, transmite muitas informações então as discussões sobre o
filme dão a oportunidade de muita reflexão.
No momento em que o filme foi
aberto para perceber até que ponto os alunos haviam compreendido, percebeu-se
que os alunos não conseguiram assimilar tantas informações. Assim seguindo as
orientações de Catelli (2009) que transmite a ideia de que o filme deverá ser
problematizado, se caso isso não acontecer os alunos irão aceitar a verdade que
o filme transmitiu, pois segundo o autor “filme histórico está carregado de
subjetividade... é necessário buscar a objetividade e a tal verdade
histórica... o filme histórico nunca deixará de ser uma representação do
passado”. (CATELLI, 2009,57) Dessa maneira seguindo as orientações, foram destacadas
cenas do filme para serem problematizadas. Como por exemplo: quando os
africanos eram capturados e vendidos pelos seus próprios semelhantes, a ideia
de superioridade da cor branca muito presente no filme, a ideia de que perante
a constituição todos os homens são livres, o processo de desenvolvimento do
racismo iniciado com as idéias do fim da escravidão, trazendo uma problemática
para os dias atuais. Na qual ainda se vê a presença racismo em nossa sociedade.
Após essas discussões foi iniciado
o momento de produzir atividades que visem à compreensão do conteúdo. Para isso
na primeira atividade foi dado à oportunidade de analise de fonte
historiográfica. Pensou-se no uso da fonte literária com intuito de desenvolver
nos alunos a capacidade de leitores proficientes de diversas fontes utilizamos
o poema de Castro Alves o “Navio Negreiro”
(1969). A partir da “compreensão e a
interpretação de textos diversos para tornar-se um leitor competente e
possibilitar o letramento linguístico, literário, social, científico” como
propõe o Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás (2012).
Assim analisando o poema ele vem descrevendo a situação dos africanos arrancados
de suas terras, separados de suas famílias e tratados como animais nos navios
negreiros que os traziam para ser propriedade de senhores de engenhos.
O trecho do poema foi lido na sala
de aula e promovido uma reflexão sobre. Após isso os alunos responderam a duas
perguntas. A primeira pergunta questionava a possibilidade de relacionar o
poema de Castro Alves com o filme Amistad em que sentido. Já segunda era para
dissertar sobre a questão do tráfico de escravos a partir do poema e do filme.
No final do projeto foi destinado
um momento para reflexão do trecho do filme “Amistad” no qual vem fazendo uma
reflexão sobre a questão de se pensar no processo de construção da identidade
brasileira. Assim parte de um pressuposto de se pensar “Qual é a sua história?”
Esse trecho vem no intuito de produzir reflexões a partir da necessidade de se
produzir julgamentos sobre os outros sem ao menos ter noção de qual e a sua
origem. Dessa maneira trazendo para a historiografia brasileira, chegamos a uma
discussão a respeito de como pode a sociedade atual desenvolver um preconceito
tão acirrado sobre as diferenças na cor da pele.
Assim uma das maneiras de produzir
discussões sobre o racismo e por deixar claro o aspecto da escravidão, isso por
que não há como negar da nossa historiografia esse passado monstruoso.
Demonstrando assim que nossa formação étnica vem dessa influência e de outros
povos. Foi proposta essa discussão com intuito de promover atitudes contraria
ao racismo, assim à segunda atividade consistiu em os alunos refletir sobre a
questão do preconceito racial imposto na nossa sociedade com o fim da
escravidão, como um método de continuar separando os brancos ditos
“civilizados” dos negros “selvagens”, através da produção de cartazes para
serem expostos na escola. Como uma forma de conscientização da sociedade
querendo ou não descendente de escravos.
Considerações finais
Chegou-se a uma conclusão
definitiva com relação aos objetivos pretendidos alcançar quando se pode
corrigir as atividades produzidas pelos alunos. Percebe-se que eles conseguiram
refletir sobre as questões do processo de escravidão, no qual compreenderam que
o tráfico de escravos foi um comércio desenvolvido por ambas as partes. De um lado
os homens brancos que necessitavam de uma força motriz para impulsionar a
exploração das colônias da América, do outro lado os próprios africanos que
desenvolviam uma escravidão domestica, mas que vira nesses homens brancos um
bom comercio lucrativo para os africanos.
Ver as cenas chocantes do filme retratando a realidade
de como aconteceu esse processo de escravidão fez com que nas atividades
realizadas pelos alunos estivem muito presente as questões de que não tem como
negar esse passado de escravidão na sociedade brasileira. Que por sua vez
resultou e ainda resulta no desenvolvimento de preconceito racial pelos
indivíduos. Mas que eles compreender que existe apenas uma raça à humana é não
há necessidade de julgar os outros pela sua cor. Concepção de raça superior e
inferior não há mais espaço para esse discurso na atual sociedade.
Agradecimentos
Agradecemos
ao fomento do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID
da CAPES, pela bolsa.
Referências
CATELLI
Junior, Roberto. Cinema e história na
sala de aula. In: Temas e
linguagens da história: ferramentas para a sala de aula no ensino médio. ed.
São Paulo: Scipione,2009.
TELES,
Luciano Everton Costa. Um olhar sobre a
historiografia africana e afro-brasileira. In: Ensino da história da África e da cultura afro-brasileira.
Revista história hoje, V.1, nº1,p.239-252, 2012.
Currículo
Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás. Versão experimental. 2012.
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